- Mas Seu Walmor, nós estamos em Janeiro.
- Então é ano bissexto.
- Não Seu Walmor, não é.
- Então é o fim do mundo.
- Isso só em 2012, seu apressadinho.
Quem não vê a quantidade absurda de água que tem caído do céu é porque não sai de casa. E não tem janelas. Ou porque está no BBB.
E a única coisa que me deixa contente com tudo isso, será a volta avassaladora das queridas galochas. Aqueles simpáticos pisantes, confectados da mais pura borracha de pneu de caminhão, serão presença garantida nos armários, closets e vitrines da Empório Naka.
Pra completar, vendedores de porta de estádio serão os novos magnatas da moda, graças ao aumento exorbitante do preço da capucha.
Coletes salva-vidas serão obrigatórios nos ônibus circulares.
- A chuva começou gente, peguem seus coletes.
- Mas não tem colete embaixo do meu banco.
- Então pega essa bóia de braço do Piu-Piu.
Em pouco tempo, os últimos lançamentos do mundo automobilístico serão lindos Catamarãs, com Fúlvio Stefanini (de galochas) como garoto propaganda.
Os grandes prejudicados serão os homens e mulheres do tempo. Essa parte do jornal terá seu tempo reduzido para meio minuto, pela falta de Ibope e de assunto.
Por fim, veremos apelos de ajuda para as enchentes no Saara.
O pior dessas chuvas não e a chuva em si, até porque uma chuvinha no fim da tarde não é nada mal pra refrescar.
O problema é que a água da chuva tem um poder caótico imensurável. Basta uma gota atingir o solo, para a cidade entrar em estado de atenção. A velocidade máxima nas ruas se torna 15 km/h e TODOS os bueiros se entopem automaticamente.
Quem vai se sair bem nessa história é o Kevin Costner, que já tem guelras. E a Ângela Bismarchi, que vai fazer plástica pra adquirir um par.
- Eu acho que hoje não chove hein.
- Ah, chove..quer apostar?
- Quero! Aposto tudo o que eu tenho.
- Por favor, coloca a dentadura de volta, Seu Walmor.